Servidores cobram acordos não cumpridos e criticam congelamento por 20 anos

Representantes dos dois fóruns que reúnem o conjunto dos servidores federais do Brasil (Fonasefe e Fonacate) participaram nessa sexta-feira de reunião no Ministério do Planejamento com o secretário de Gestão de Pessoas, Augusto Akira Chiba. A categoria levantou as prioridades que unificam os federais. O cumprimento de acordos firmados e ainda não cumpridos, a extensão de índices contidos na Lei 13.464/17 a todos os servidores e correção de perdas salariais num percentual de 25,63% levantado pelo Dieese foram destaque. Pesadas críticas à Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela investimentos públicos por 20 anos, foram feitas pelos servidores que apontaram para a impossibilidade, inclusive, de governabilidade do país caso insistam nessa política de austeridade que tem se aprofundado.

Foi cobrada ainda a derrubada definitiva da MP 805 que descumpre acordos firmados com diversas categorias e ainda aumenta alíquota previdenciária de 11% para 14% cobrada e que deve atingir cerca de 600 mil servidores. Sinalizando as dificuldades para o atendimento das demandas, o Planejamento agendou uma nova reunião até o dia 10 de abril para dar continuidade aos debates iniciados nessa sexta. As cobranças não terminaram aí. A Condsef/Fenadsef garantiu agenda para o dia 27 deste mês para tratar pendência em mais de 15 acordos específicos firmados com setores de sua base que representa a maioria do Executivo Federal.

 

Negociação coletiva e planos de saúde – Os servidores falaram ainda da necessidade de revisão do veto presidencial ao PL que regulamenta a negociação coletiva no setor público. O veto deve ser analisado pelo Congresso Nacional na próxima semana. A negociação no setor público é pauta histórica e assegurada por convenção coletiva com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Além disso, a categoria cobrou urgência no debate para avaliar aplicação do valor de, no mínimo, 50% per capita da União para manutenção dos planos de autogestão. Segundo Chiba, esse tema já está sendo estudado pelo Planejamento. O assunto é urgente já que hoje muitos servidores estão praticamente sendo expulsos do plano, pois não conseguem arcar com os percentuais altos impostos tanto pelo governo quanto pelos próprios planos. A expectativa é de que uma solução seja apresentada já na próxima reunião com a categoria.

Também não ficaram de fora críticas ao PLS 116 que propõe o fim da estabilidade no setor público com demissão por insuficiência que tem aspectos muito subjetivos e podem até mesmo ampliar perseguições e tolher trabalho do servidor de carreira. Inclusive, foi cobrada a volta para a folha de pagamento da União daqueles servidores liberados por mandato classista. Para muitos, inclusive, a exclusão da folha de pagamento é encarada até mesmo como punição a quem é dirigente sindical.

 

Mobilização será essencial – Apesar de ter deixado novas reuniões confirmadas, os servidores devem ter claro que este é um ano que vai exigir muita mobilização da categoria. 2018 é um ano atípico marcado por eleições gerais e que, por isso mesmo, possui barreira legais ligadas a qualquer projeto e proposta envolvendo orçamento com data para serem encaminhados ao Congresso Nacional. Além disso, com a EC 95/16 em vigor, muito dificilmente qualquer avanço consiga ser dado na direção de investimentos essenciais ao setor público. Portanto, a luta pela revogação imediata dessa emenda é prioritária. É necessária atenção permanente para cobrar todas essas demandas. O caminho será longo, mas a disposição para a luta será constante.

Trabalhadores da Ebserh fazem protesto para marcar sua Data Base

Trabalhadores da Ebserh no Maranhão participaram ontem, 1º de março, de mobilização no Hospital Universitário Presidente Dutra, para protestar contra a falta de respeito do governo que empurra o processo de negociação pra frente desrespeitando os prazos para a finalização do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT 2018/2019.

Durante a atividade foram dados os informes gerais para a categoria. Além de detalhar o calendário, foi aberto um amplo debate sobre os entraves que marcam o processo de negociações do ACT. Na ocasião foi destacada a reunião que acontecerá nos dias 16 e 17 de março em Brasília com os representantes da Ebserh sobre o ACT 2018/2019.

“Não podemos aceitar que o governo desrespeite os trabalhadores dessa forma. Se a data Base é em 1º de março então o ACT deveria ser assinado no máximo até o dia 1º de março, mas o governo insiste em desrespeitar os trabalhadores. Nós continuaremos pressionando até que o ACT seja assinado” disse Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA

Assim como no Maranhão, os empregados da Ebserh de todo o país construíram um dia nacional de luta que foi marcado por reuniões, assembleias e muitos debates em torno do processo de negociações do ACT.

“Estamos esperando ainda o julgamento dia 12 no TST do dissidio do ACT 2017/2018 por conta da intransigência do governo na hora de sentar com os trabalhadores” disse José Carlos Araújo, diretor da Secretaria de Organização e Política Sindical do Sindsep/MA.

Participaram da assembleia os diretores Manoel Lages (Secretaria de Administração e Finanças); Domingos Pascoal da Silveira (Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalhador e Meio Ambiente); José Carlos Araújo (Secretaria de Organização e Política Sindical), além do presidente Raimundo Pereira.