Os servidores de todos os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFE’s) do Brasil realizaram ontem, 06, uma manifestação dos discentes, professores e funcionários do órgão, na qual, todos estavam vestidos de preto em sinal de “luto” pelo decreto 9.741, que foi publicado no dia 29 de abril.
O decreto, que teve edição extra no Diário Oficial da União, contingenciou mais de R$ 29,582 bilhões do Orçamento Federal de 2019. Como reflexo dessa nova medida irresponsável do Governo Federal, a Educação perde cerca de 30% do orçamento previsto para este ano letivo.
Somados os cortes do Decreto, as pastas da Educação, Saúde e Cidadania tiveram R$ 7,5 bilhões de verbas congeladas.
Os servidores do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) estão apreensivos, pois a situação de funcionamento do órgão já inspirava cuidados, com os cortes a situação ficará ainda mais preocupante.
“O corte nos Ifes é uma demonstração clara de um governo que não tem nenhuma preocupação com as políticas públicas. A situação estrutural dos Campi já é extremamente preocupante, pois falta recursos para manutenção de itens básicos para o bom funcionamento do órgão. Por isso, fizemos esse protesto, e vestimos preto em sinal de ‘luto’ às medidas desastrosas do desgoverno Bolsonaro”, disse Angela Souza, servidora do Ifma.
O professor Roberto Brandão, reitor do IFMA, afirmou, em nota, que a decisão do governo de fazer um contingenciamento de 30% no orçamento geral dos Institutos e Universidades Federais “mostra que o governo vê a Educação como um programa de segunda categoria”.
“É lamentável que o governo federal veja a Educação em nosso país como programa de segunda categoria, pois empregar um contingenciamento de 30% no orçamento geral dos Institutos e Universidades Federais chega como um verdadeiro desmonte para sua manutenção ou mesmo sobrevivência, se considerarmos os programas e as ações previstas para 2019”, destaca a nota.
Greve Geral
No próximo dia 14 de junho, trabalhadores e trabalhadoras irão realizar uma greve geral, que terá como finalidade lutar contra a Reforma da Previdência e frear os retrocessos na política de austeridade do governo Bolsonaro, como o corte de 30% no orçamento geral dos Institutos e Universidades Federais.
Especialistas avaliam que essa é uma tática que este governo adotou para forçar o sucateamento do setor público e abrir campos de demanda para as privatizações.
“Não iremos aceitar que o Governo Federal trate a educação do Brasil com tamanha irresponsabilidade. O Maranhão é exemplo do avanço educacional da UFMA e do IFMA, e temos o dever moral de irmos às ruas lutar contra esse desgoverno que a cada dia deixa mais claro o descompromisso com o desenvolvimento do Brasil. O Sindsep/MA vai à luta. Somos um sindicato combativo e estaremos ao lado da sociedade nesse momento complicado da nossa história”, declarou Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA.