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Em pleno combate à Covid-19, onde o bom senso norteado pela ciência deveria guiar as ações, o Sindsep/MA ainda busca o afastamento imediato dos trabalhadores da Ebserh acima de 60 anos e com comorbidades da linha de frente do combate à doença.
Após duas matérias embasadas em denúncias consistentes de trabalhadores, o Diário do Sindsep/MA, buscou junto à Superintendente da Ebserh, Joyce Santos Lages, respostas para questões que chegavam ao conhecimento do Sindicato.
É bom lembrar, que a entidade já entrou com uma ação liminar pedindo o afastamento imediato desses trabalhadores e a contratação dos candidatos excedentes no último concurso da Empresa. Até o momento a Justiça ainda não julgou o mérito da causa.
Outras ações individuais foram impetradas na Justiça buscando o mesmo objetivo da ação proposta pelo Sindsep/MA. “O Sindsep recebeu as denúncias e logo procuramos a superintendência da Ebserh para entender o que estava acontecendo e ao mesmo tempo entramos com uma ação na Justiça para garantir o direito dos trabalhadores e trabalhadoras”, disse Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA
Em meio a toda essa problemática, a Superintendência da Ebserh aceitou responder algumas questões que o Diário do Sindsep/MA disponibiliza nesta reportagem.
Diário do Sindsep – Existem decisões da Justiça que afastam os profissionais do grupo de risco das atividades de combate à Covid. Mesmo com as decisões judiciais, por que a Ebserh/MA ainda não afastou esses profissionais?
Joyce Santos Lages – O HU-UFMA não tem conhecimento de liminares concedidas pela justiça para afastamento de profissionais. Ainda assim, antecipadamente organizou um plano de contingência alinhado à Universidade e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares que contempla o afastamento de profissionais vulneráveis para atividades remotas, quando permitido pela natureza de sua atividade, e o afastamento de áreas de atendimento direcionadas para COVID-19 aos colaboradores que desempenham atividades essenciais (área assistencial).
Diário do Sindsep – Existe um déficit de funcionários que justifique essa demora?
Joyce Santos Lages – Os colaboradores são afastados por sintomas gripais ou desde a suspeita de COVID, para que isso seja possível estão sendo realizadas contratações e remanejamento dos atendimentos desde o início da pandemia.
Diário do Sindsep – O Brasil e um dos campeões em mortes de profissionais da área da saúde, esses dados não seriam suficientes para o cumprimento imediato da decisão judicial?
Joyce Santos Lages – O Hospital Universitário tem a saúde dos colaboradores e da população como prioridade, por isso desde o início assegurou afastamento dos colaboradores vulneráveis das áreas de atendimento destinadas à pacientes com COVID-19, bem como investimento e gestão de EPIs para que não falte proteção aos que estão atuando na linha de frente dessa assistência. Entendemos o valor essencial e prioritário da assistência à saúde nesse momento e do compromisso com essa atividade imprescindível que é desempenhada por cada um de nós. Ressaltando ainda que o HU-UFMA está em consonância com as determinações legais.
Diário do Sindsep – E sobre a questão do alojamento, já foi resolvida, ou a Ebserh ainda precisa de um prazo mais extenso?
Joyce Santos Lages – Desde o primeiro dia de atendimento na UTI destinada exclusivamente para atendimento de pacientes com COVID-19, estava em funcionamento o alojamento para os profissionais que prestam assistência na linha de frente. O mesmo foi organizado com o apoio da Universidade Federal do Maranhão e funciona no prédio do Curso de Medicina.
“Mesmo a superintendente tendo afirmado que todas estas questões já foram resolvidas, as reclamações dos trabalhadores continuam, e o Sindsep/MA continuará buscando todos os meios administrativos e judiciais para garantir a integridade física desses profissionais, inclusive pressionando a Justiça para que se posicione o mais rapidamente possível em busca de uma resposta favorável para a categoria”, afirmou Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA.
Sobre as pressões para volta ao trabalho presencial na administração pública
“O mundo será diferente após a pandemia de COVID-19” é uma frase que ecoa em todo o planeta. Algumas mudanças já apontam no horizonte, como mostra pesquisa divulgada recentemente pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. Segundo o levantamento, 60% da classe média e alta da capital paulista passaram a valorizar mais o Sistema Único de Saúde (SUS) no decorrer da pandemia. O que é motivo para comemorar. Mas ainda há muito por fazer pelo SUS, que no dia 17 de maio comemora seus 32 anos de história, como mostra a análise do professor Paulo Capel Narvai, Titular Sênior do Departamento de Política, Gestão e Saúde da FSP-USP, em sua coluna do site A Terra é Redonda.
“SUS, 32 anos: esta terra tem dono” é o título do artigo em que Narvai retoma a história dessa instituição fundante da saúde como direito no Brasil. Grande conhecedor do tema, o professor contextualiza o SUS frente ao atual momento de pandemia.
“Agora, em 2020, com a pandemia da COVID-19, o SUS se defronta com mais um teste duríssimo à sua capacidade de enfrentar e resolver problemas de saúde pública. Ainda que subfinanciado, o sistema vem resistindo à pandemia e, sobretudo, aos ataques brutais que lhe são desferidos sem cessar a partir do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios”, afirma Narvai.
De acordo com Narvai, “ao completar 32 anos em 17 de maio, o Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das poucas instituições brasileiras, além dos símbolos pátrios e da moeda nacional, presente nos 5.570 municípios e no Distrito Federal”.
Para o professor, embora ‘ocultado sistematicamente da população pela grande mídia mercantil”, o SUS ostenta números que deixam clara a sua eficiência, conforme enfatizou neste artigo: “SUS: terra arrasada”.
O professor aponta os desvios de finalidade e a busca do lucro como um dos motivos que vêm minando a instituição ao longo dos anos, num processo de gestão que é ineficaz diante do objetivo último que é “entregar saúde” e não um produto consumível.
FSP-USP