O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a atacar com mais uma de suas muitas declarações polêmicas. Em um evento voltado ao mercado financeiro, Guedes declarou que conceder reajuste salarial poderia ‘destruir’ a economia e trazer a volta da indexação do período de hiperinflação, anterior ao Plano Real.
A frase infeliz vem num momento em que o governo tem divulgado a intenção de conceder um reajuste linear de 5% ao funcionalismo. Vale ressaltar que este percentual está bem abaixo da inflação gerada pelo governo Bolsonaro que até dezembro do ano passado era de 19,99%.
Só nos três primeiros meses desse ano a inflação alcançou 3,22%, perto da meta anunciada para o ano todo. E um novo recorde acaba de ser atingindo com a maior inflação para o mês de março desde 1994.
“Essa é só mais uma mentira desse língua de cobra que está sempre pronto a destilar veneno contra o funcionalismo”, comentou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva. “A inflação está acontecendo por incompetência desse governo. Guedes usa desse discurso quando servidores estão há mais de cinco anos com salários congelados. É inadmissível querer jogar a culpa dos problemas da economia nas costas dos trabalhadores”, completou.
O secretário-geral destacou ainda que durante os governos Lula e Dilma houve quase 80% de aumento real para a classe trabalhadora e a inflação ficou controlada. O avanço nas negociações, ao contrário, contribuiu para uma economia pujante. “Cada vez que o governo negocia e dá reajuste aos trabalhadores a economia gira”, destaca.
O trabalhador faz o dinheiro circular ao contrário do que faz uma minoria da elite brasileira que aplica em paraísos fiscais. “É de se repudiar a atitude desse ministro que só disfere veneno para o conjunto do funcionalismo”, desabafa Sérgio. “Quem não se lembra da história da granada no bolso do inimigo? Quem não se lembra que ele chamou servidores de parasitas?”, aponta. “O governo Bolsonaro fracassou com essa política nefasta de destruição de direitos, destruição de serviços e políticas públicas”, conclui.
Vamos continuar a pressão
A Condsef/Fenadsef reforça que os recursos existem para que o governo atenda a reivindicação de reposição salarial emergencial do funcionalismo. Só no ano passado, a arrecadação federal cresceu 17,3%. Além disso, as contas públicas tiveram um superávit de quase R$ 65 bilhões. Em contrapartida, despesas de pessoal tiveram uma redução de cerca de R$19 bi sob o discurso de ‘contingenciamento’ pregado pelo governo. Sinônimo de desmonte.
“Estão levando o serviço público para os tubos. Se tivessem conseguido aprovar a PEC 32 o serviço público já estaria enterrado”, comenta Sérgio. É necessário que categoria reaja, resista e engate o fortalecimento da greve e mobilizações para derrotar esse governo destruidor de direitos, de sonhos e da dignidade da classe trabalhadora.
Vem aí mais uma Jornada de Luta
Para fortalecer a luta dos federais por uma reposição salarial emergencial as entidades reunidas no Fonasefe aprovaram mais uma Jornada de Luta que vai acontecer entre os dias 25 e 29 desse mês.
Atos e protestos vão acontecer em todo o Brasil, além de uma caravana que virá a Brasília reforçar um grande ato no dia 28. Até lá, fica mantida a vigília diária e permanente em frente ao Bloco P do Ministério da Economia, onde o ‘ministro da língua venenosa’, Paulo Guedes, dá expediente.
O que se comenta entre os servidores que se revezam na vigília é que o ministro só foi visto uma vez entrando no prédio. “Quem é o verdadeiro parasita?”, questiona o secretário-geral da Condsef/Fenadsef.
Fonte: Condsef