Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que até o fim de maio devem ser anunciados concursos para 4 mil novos cargos públicos no Executivo federal. Só essa semana serão 2 mil. Condsef/Fenadsef lembra que demanda chega a 200 mil
Condsef/Fenadsef
Depois do Executivo Federal perder cerca de 150 mil servidores nos últimos seis anos, o governo Lula sinaliza para o início de uma importante e urgente recomposição da força de trabalho no setor público. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, informou que essa semana deverão ser anunciados concursos para 2 mil vagas. A intenção até o final deste mês, ainda segundo a ministra, é abrir 4 mil novos cargos públicos.
A marca deixada por uma política de desmonte dos serviços públicos se revela na deterioração do atendimento à população, cenário responsável por fragilizar o direito de acesso da população brasileira a serviços e políticas públicas. Para a Condsef/Fenadsef essa demanda por concursos é superior a 200 mil novos servidores em todo o Brasil e nas mais diversas areas.
Dados divulgados recentemente pelo jornal Extra apontam que uma em cada três vagas do serviço público federal está desocupada. Como reflexo, a absoluta maioria dos servidores vive hoje uma realidade em que a sobrecarga de trabalho se impõe. Mas é, sem dúvidas, o povo brasileiro quem mais sofre com a destruição do setor público.
Alguns critérios serão levados em conta, segundo Dweck, para a abertura de novos concursos. O número de servidores que se aposentaram e quantos estão para se aposentar nos próximos cinco anos será observado. Areas prioritárias, tempo que não há nenhum concurso e mudança de estrutura que demande pessoal também serão considerados.
A Condsef/Fenadsef, que cobra a retomada das mesas setoriais de negociação, fruto do último acordo firmado com o governo, espera que o governo abra um canal de diálogo com servidores. Os problemas estruturais enfrentados hoje pelo setor público começam na falta de servidores, mas vão além e precisam ser enfrentados. “Em 2019, a força de trabalho do Executivo era 665 mil. Ao final do governo Bolsonaro, eram 501 mil. Isso gera impacto não só no serviço prestado, mas também no trabalho de quem fica, que acaba sobrecarregado e adoece”, resume o secretário-geral da Confederação, Sérgio Ronaldo da Silva.
Para levantar as demandas centrais dos setores de sua base, a Condsef/Fenadsef já deu início a uma série de encontros setoriais. Os encaminhamentos desses encontros serão cobrados junto ao governo. “A mobilização dos servidores é também essencial nesse processo. Precisamos cobrar o atendimento das nossas reinvindicações mais urgentes que vão refletir, com toda certeza, na melhoria dos serviços públicos brasileiros”, acrescentou Sérgio.