Servidores reforçam mobilização contra a Reforma Administrativa em Brasília

Brasília foi palco, nesta segunda-feira (14), de mais um ato em defesa dos serviços públicos. A mobilização aconteceu em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados e reuniu representantes da Condsef/Fenadsef e demais entidades sindicais que representam os servidores públicos das três esferas: federal, estadual e municipal.

O protesto teve como principal objetivo cobrar do Grupo de Trabalho (GT) sobre a Reforma Administrativa uma posição mais equilibrada e democrática na condução dos debates. Até o momento, as audiências promovidas pelo GT foram marcadas pela predominância de discursos favoráveis ao Estado mínimo, com ampla presença de representantes do setor produtivo e de instituições alinhadas à visão liberal de gestão pública.

Em contraste, entidades como a Condsef/Fenadsef, que representam mais de 80% dos servidores do Executivo Federal, sequer tiveram espaço de fala nas audiências públicas. Outras entidades do Executivo, mesmo com menor representatividade, também foram relegadas a participações simbólicas — com tempo de fala limitado a apenas três minutos em uma audiência que tratava do conjunto dos servidores federais.

Esse cenário reforça que não se trata de um debate técnico, mas sim de uma disputa política sobre os rumos do Estado brasileiro. Ou se constrói um Estado capaz de enfrentar desigualdades históricas e garantir direitos, ou se aceita sua transformação em um balcão de negócios, a serviço de interesses privados.

A mobilização permanente tem sido a resposta das entidades sindicais a esse processo excludente. Ao longo das últimas semanas, centenas de sindicalistas e servidores de todo o país têm intensificado ações em Brasília, mostrando força e unidade na luta contra a Reforma Administrativa.

As mobilizações seguem ao longo desta semana. Nesta terça-feira (15), uma plenária virtual reunirá entidades e lideranças para avaliar as ações realizadas, discutir o documento que será apresentado pelo GT e definir os próximos passos na luta em defesa do serviço público.

As entidades reafirmam seu compromisso com a construção de um Estado estruturado para reduzir desigualdades, combater a concentração de renda e garantir os direitos da população. Não aceitarão reformas que enfraquecem o serviço público e atacam quem serve ao povo para beneficiar quem vive às custas dele.