Os recentes apagões registrados em vários estados brasileiros têm uma coisa em comum, todas as companhias foram privatizadas. Muitos serviços terceirizados e com isso a segurança e o padrão de atendimento ao consumidor caíram consideravelmente.
No Amapá, em 3 de novembro, por negligencia e falta de fiscalização a operadora de energia no estado estava operando sem backup e com apenas um gerador quando este incendiou e deixou o Amapá por 22 dias praticamente no escuro.
No Piauí, dia 20 de novembro, cerca de vinte cidades ficaram sem energia por mais de 10 horas por conta de uma falha e desligamento na linha de distribuição de alimentação das subestações de Nazária, Curralinho, São Pedro, regeneração e Amarante.
Já no Maranhão, no dia 8 de janeiro de 2021, um acidente com um cabo da rede da EDP Transmissão – empresa terceirizada – provocou um blecaute interrompendo a carga da Equatorial Energia, distribuidora que atende o estado deixando a região da grande ilha de São Luís sem energia por aproximadamente 4 horas.
O sucateamento do setor elétrico por parte do governo federal e a falta de fiscalização da agencia reguladora trem desmontado o setor energético brasileiro, trazendo riscos ao desenvolvimento do país, que mesmo em plena pandemia e com a diminuição da produção industrial e do comércio tem sofrido com os constantes cortes de fornecimento de energia.
O presidente do Sindsep/MA, Raimundo Pereira entende que somente com a participação organizada da sociedade e a ocupação das ruas em protesto a esses desmontes poderão conter essa sanha privatista do Paulo Guedes e do governo Bolsonaro. “Precisamos convocar os movimentos sociais para junto com o movimento sindical ocupar as ruas e assim proteger o patrimônio dos brasileiros de mais essa tentativa de destruição de nossas empresas estatais”, disse Raimundo Pereira.
Esses acontecimentos recentes precisam ser encarados como um aviso para frear o sucateamento da Eletrobrás, evitar novas privatizações e exigir que as empresas privadas que hoje atuam no setor cumpram com as exigências e o padrão de qualidade constante nos contratos de concessão.
O Sindsep sempre chamou a atenção para os riscos de entregar ao setor privado nossas estatais do setor elétrico, principalmente por ser um setor estratégico para o desenvolvimento da nação. Os acontecimentos recentes mostram que a diminuição de custos – típicos da iniciativa privada – para aumento de lucros sem qualquer critério é formula certa para o desastre.
“Vamos continuar denunciando os desmontes promovidos por esse governo desastroso e sem compromissos com os trabalhadores e a sociedade brasileira” completou Raimundo Pereira.