Para ajudar a construir a mobilização nacional em defesa de uma FUNAI realmente indigenista, melhores condições de trabalho e para exigir justiça para Bruno Pereira, Maxciel Pereira e Dom Phillips, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Maranhão, Sindsep/MA, realizou na manhã de hoje uma assembleia geral com servidores e trabalhadores terceirizados da FUNAI, além de indigenistas parceiros da causa.
A assembleia ocorreu de maneira híbrida, com a participação presencial dos servidores de São Luís e de forma remota com os trabalhadores da Coordenação Regional de Imperatriz. Durante a reunião foram explanados, debatidos e aprovados os pontos da pauta nacional de reivindicações da categoria. Na oportunidade foi aprovada ainda a elaboração de uma agenda de atividades a ser desenvolvidas aqui no Maranhão.
Em sua fala inicial, a servidora Larissa Martins chamou a atenção para as dificuldades dos trabalhadores em realizar seus trabalhos no campo por absoluta falta de condições estruturais e de segurança e lembrou que a INA (Indigenistas Associados) está junta com o Sindsep e a Condsef nessa luta em favor da vida e dos povos tradicionais.
O presidente do Sindsep/MA, João Carlos Martins destacou a importância do momento para denunciar a falta de condições de trabalho e a insegurança dos trabalhadores da FUNAI no cumprimento de suas funções. “Fazer desse momento de dor uma oportunidade de luta é o grande desafio para nós. Não podemos deixar que seja necessário perdermos mais pessoas para que seja tomada uma medida séria a respeito dessa situação em que se encontra hoje a FUNAI”, disse João Carlos Martins.
Dentre os pontos da pauta nacional podemos destacar a necessária exoneração imediata do atual presidente da FUNAI e toda a cúpula da direção do órgão para que esses postos sejam ocupados por servidores de carreira que tem a expertise necessária apara a condução da Entidade; a apuração imediata do assassinato de Bruno Pereira, Maxciel e Dom Phillips; respeito aos direitos dos servidores da Funai e dos trabalhadores com vínculo trabalhista com a Instituição.
Para os servidores, a FUNAI precisa estabelecer uma metodologia de trabalho que não ponha seus servidores e colaboradores em perigo real de morte. O presidente do Sindsep também chamou a atenção para o papel desempenhado pelos servidores na defesa dos povos originários. “Precisamos cobrar do governo federal sobre as condições que o Estado brasileiro dá aos companheiros e companheiras para desenvolver suas funções em defesa dos povos indígenas. Falar disso é falar sobre a retirada ilegal de madeira, é falar sobre mineradoras que não só roubam o ouro, mas que deixam a morte e o envenenamento de nosso povo” afirmou João Carlos Martins.
Ao final, a assembleia tirou como encaminhamentos a criação de um grupo de trabalho para mapear a real situação da FUNAI no Maranhão com a elaboração de um dossiê para denunciar à sociedade e apresentar aos órgãos competentes. Ficou definida ainda uma visita aos indígenas alunos do curso de Licenciatura Intercultural da UEMA e panfletagem no centro da cidade de São Luís para mostrar a sociedade o estado de calamidade em que se encontra a FUNAI. Já em Imperatriz será realizado um Ato público em frente à Coordenação Regional da FUNAI.