A diminuição da atividade econômica, com altas taxas de desemprego e queda na produção industrial está colocando a economia brasileira nas cordas. No segundo trimestre deste ano, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma prévia informal do PIB, divulgada pelo Banco Central (BC), registrou retração de 0,13% na comparação com o primeiro trimestre do ano.
“Ainda não estamos oficialmente em recessão”, diz a técnica do Dieese, Adriana Marcolino, explicando que teremos de aguardar o resultado oficial do PIB nos próximos dias 28 ou 29. “Se o resultado do IBC-Br for confirmado no PIB estaremos em recessão técnica. De qualquer forma, a economia está estagnada”.
E como mostram as projeções de expansão do PIB para 2020, abaixo de 1%, alerta Adriana, tudo indica que o ano que vem a crise econômica continua.
Com oito meses de governo, Jair Bolsonaro produziu muitas polêmicas, distribuiu grosserias e ataques, mas nem ele nem seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, apresentaram propostas para aquecimento da economia, geração de emprego e renda nem aumento do consumo. O governo apostou tudo na reforma da Previdência, que restringe o acesso e reduz o valor dos benefícios previdenciários, reduzindo ainda mais o poder de compra da população, analisa a técnica do Dieese.
Além da falta de propostas para o aumento de nível de consumo e da retomada do crescimento, está em vigor a PEC do Congelamento dos Gastos, que impede os investimentos públicos.
Desemprego e queda na produção
Em junho, o desemprego atingiu mais de 12,8 milhões de trabalhadores e a subutilização continuou batendo recordes. No segundo trimestre deste ano, o total de pessoas que gostariam e precisam trabalhar mais horas chegou a 28,4 milhões, segundo dados da PNAD, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a indústria nacional registrou em junho o segundo mês negativo, com queda de 06,%, também segundo o IBGE. A perda de ritmo do setor, na comparação com maio, reflete a redução da produção em 17 das 26 atividades e em todas as grandes categorias econômicas de bens intermediários, de consumo e de capital. Com esse resultado, a indústria está 17,9% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.
Fonte: CUT