Na última sexta-feira, 10, os trabalhadores da Casa da Moeda, ocuparam o setor de administração em sinal de protesto contra a retaliação do diretor da empresa, Fábio Rito, que ordenou a condução de um dos empregados que o aplaudiram em tom de ironia, após ele ter concedido entrevista à Globo News, e afirmado a possibilidade de privatização e cortes de pessoal, além de mencionar dados que, segundo os empregados, não refletem a realidade da empresa.
A relação entre a Direção e os empregados é complicada, pois a empresa vem tendensionando uma situação de desgaste da Casa da Moeda, com a finalidade de privatizá-la. Até mesmo o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2019 ainda não foi firmado e está em dissídio coletivo que deve ser resolvido em março.
Não obstante, a atual gestão da Casa pretende retirar do ACT 2020, já em fase de negociação, as cláusulas sociais e os direitos adquiridos, garantidos aos trabalhadores pelo regulamento de pessoal, que inclui plano de saúde, auxílio creche, insalubridade e auxílio transporte. A somatória de perdas pode chegar a R$ 3 mil a menos no contracheque dos trabalhadores.
Para Aluizio Junior, presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros (SNM), os trabalhadores estão revoltados com a tentativa do governo de culpabilizar os empregados por uma suposta crise financeira. “Dizem que 46% do faturamento da Casa da Moeda é gasto com pagamento de folha de pessoal, mas isso não é verdade. Até 2016, a empresa gastava 12% com folha de pessoal, mas houve corte de 60% do faturamento em 2017. O governo quer jogar a sociedade contra os trabalhadores. Essas mentiras nos revoltaram”, critica.
Após retornarem ao serviço na ontem, segunda-feira, 13, os trabalhadores foram informados da restrição de acesso à administração da Casa. A categoria segue na ampliação da mobilização em defesa da empresa, e as reivindicações devem se concentrar na manutenção das cláusulas sociais do ACT e pelo reajuste salarial.
Em defesa dos serviços públicos, entidades que representam servidores e empregados de estatais vão se reunir nesta quinta-feira, 16, para construção da resistência. No próximo mês, será realizada atividade no Congresso Nacional sobre a importância dos serviços públicos e, em 18 de março, trabalhadores farão Greve Geral em todo o Brasil, contra privatizações e contra retrocessos.
Com informações da Condsef.