Trabalhadores da Ebserh protestam contra retirada da insalubridade e por integridade de salários

O Brasil está passando pelo momento mais crítico na pandemia da Covid-19 desde o anúncio do primeiro caso no Brasil, em fevereiro de 2020. A média de mortes aumenta dia após dia, e uma parte da população, a exemplo do Governo Federal, ainda tenta minimizar a letalidade de uma doença que vem destroçando famílias ao redor do mundo.

O enfrentamento da pandemia em nível federal passou distante das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o país está pagando um preço alto pela irresponsável política adotada por Brasília. O negacionismo tomou conta do Governo Federal, que apesar do momento crítico vivido no Brasil, ainda existem os discursos que deixam claro que a economia perpassa pela salvaguarda de vidas.

Chega a ser absurdo que o Governo Bolsonaro teime em continuar andando na calçada contrária do combate à Covid. Enquanto o mundo valoriza os profissionais de saúde, Brasília busca a desvalorização profissional da categoria e ameaça cortar a insalubridade, o que representaria uma baixa de 27% em seus salários. Vale ressaltar que a categoria já está há dois anos sem reajuste salarial.

Quando se pensa que as aberrações propostas pelo Governo Federal cessaram, eis que Brasília fecha 216 leitos que eram mantidos pelo Governo Federal no Maranhão. No pior momento da pandemia, o Governo Bolsonaro não perde a sua essência negacionista. Em são Paulo foram 3.822 leitos, e mais 462 na Bahia, o que somam 4.500 leitos destinados a pacientes vítimas de Covid.
Ontem, os trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) realizaram um Dia Nacional de Luta para protestarem contra a desvalorização da categoria, ameaça de corte de 27% da remuneração e pela integridade de seus salários.

No Maranhão, os trabalhadores resolveram fazer uma manifestação virtual, haja vista o momento complicado, pelo qual, o Brasil vem passando. A isso, soma-se a perda de um profissional da área da saúde, que faleceu no dia 28 de fevereiro (domingo), e que por informações iniciais, teria sido mais uma vítima da Covid.

Ainda ontem, a assessoria do Hospital Universitário da UFMA informou que o técnico de enfermagem José Carlos Cantanhede Cunha Filho não faleceu de Covid-19. Segundo a assessoria, a família afirmou que o técnico de enfermagem teria morrido de pneumonia, assim como consta no atestado de óbito.

Por motivos similares ao acontecido com o companheiro José Carlos Cantanhede, a mobilização no Maranhão seguiu os moldes das redes sociais, e assim, manteve-se a coerência com relação ao distanciamento social e a não aglomeração, principalmente em um espaço público e hospitalar.

“Precisamos ser coerentes neste momento complicado para o Brasil. O nosso propósito é salvar vidas, e é neste sentido que estamos trabalhando dia após dia. Iremos reivindicar os nossos direitos sempre, mas com responsabilidade e coerência com relação ao momento complicado que estamos vivendo no momento”, relatou Marcos José Costa Ferreira, diretor de Comunicação do Sindsep/MA.