A organização não-governamental (ONG) Oxfam, divulgou no início da semana, um relatório, no qual, afirma que a riqueza dos bilionários aumentou 13% ao ano, em média, de 2010 a 2017 – seis vezes mais rapidamente do que os salários pagos a trabalhadores, que tiveram aumento de apenas 2% por ano, na média, no mesmo período.
De acordo com a redação do documento, no ano passado, 82% de toda a riqueza gerada ficou nas mãos de 1% dos mais rico do mundo. Além disso, um aumento recorde de bilionários foi registrado – um a cada dois dias -, chegando ao patamar de 2.043 bilionários no mundo.
No Brasil, segundo o relatório, de março de 2016 à março de 2017, o país passou de 31 para 43 bilionários. O patrimônio somado dos bilionários brasileiros chegou a R$ 549 bilhões em 2017, num crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
Segundo Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, os novos dados sobre a concentração de renda no país estão diretamente relacionados às novas regras que regem a legislação trabalhista, o que ratifica a política descompromissada do Governo Golpista de Michel Temer com a classe trabalhadora.
“O aumento sem precedentes de bilionários não é um sinal de uma economia próspera, mas um sintoma de um sistema econômico falido. As pessoas que fazem nossas roupas, montam nossos telefones e cultivam nossos alimentos estão sendo exploradas para garantir um estoque constante de bens baratos e aumentar os lucros de empresas e investidores bilionários”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
O relatório também apresenta as causas da desigualdade acirrada constantemente. Entre elas está, por exemplo, o fato de as empresas trabalharem para os que estão no topo da hierarquia de riqueza. Segundo a análise, as empresas constituem força vital para a economia de mercado e, quando trabalham em benefício de todos, desempenham relevante papel na construção de sociedades justas e prósperas. No entanto, elas estão cada vez mais trabalhando para os ricos, negando, assim, os benefícios do crescimento econômico aos que mais precisam deles.
“É necessário que venhamos a defender as políticas voltadas para o fortalecimento da classe trabalhadora. Esse governo vem massacrando a categoria, com uma gestão desastrosa, que nas suas particularidades, serve apenas ao Capital, contribuindo assim para o aumento da concentração de renda, e consequentemente da pobreza no Brasil, onde, estima-se que milhares de pessoas irão voltar a viver à margem da linha da pobreza”, Comentou Valter Cezar, diretor de Comunicação do Sindsep/MA.
Ainda conforme a Oxfam, existem outros fatores para o aumento da concentração de renda e da pobreza, como o arrocho do salário de trabalhadoras e trabalhadores e da receita de fornecedores, ao passo em que a renda de altos executivos tem aumentado vertiginosamente; a sonegação de impostos e o capitalismo de camaradagem — quando as grandes empresas usam seu poder e influência para garantir que regulações e políticas sejam formuladas de maneira que possibilite a continuidade de seus lucros.
“É necessário que venhamos a combater a ideia de Estado mínimo, para fortalecermos o Estado regulador do mercado e das leis trabalhistas. O trabalhador deve ter o seu direito respeitado pelo patrão. É necessário que os governos possam assegurar essa proteção ao trabalhador, e não fazer como o Governo Federal, que deixou o trabalhador completamente desamparado e à mercê do famigerado Capital, que apenas visa lucros, e em nada, importa-se com o bem estar social”, declarou Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA.