Empregados da Conab esperam que a mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) possa levar ao fechamento do próximo acordo do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria. O ACT 2017/2019 foi prorrogado pela 40ª vez essa semana, com validade até 31 de dezembro desse ano. Uma reunião bilateral ocorrida também essa semana com atuação do TST e Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou a necessidade de melhorias na proposta de recomposição salarial feita pela empresa, além de defender a criação de comissões paritárias que tem trazido bons resultados aplicadas em empresas públicas. Fenadsef, Asnab e Fisenge convocaram uma reunião nacional informativa virtual com a categoria para o próximo dia 5.
“A reunião bilateral no TST foi muito positiva”, resumiu Fernando Pivetta, um dos representantes dos empregados da Conab nas negociações do ACT. “A mobilização dos empregados será fundamental e fará toda a diferença nesse momento”, destacou. Para Pivetta, os argumentos e esclarecimentos feitos na reunião bilateral dão condições para que a direção da Conab encaminhe uma proposta que contemple as deliberações que visam o fechamento de acordo do ACT dos empregados.
Entre as reivindicações apresentadas pela categoria está uma reposição salarial de 17,86%, além da criação de uma comissão paritária para indicar uma alternativa de assistência à saúde da Conab, com a manutenção do SAS, sistema de saúde que atende os empregados da Conab, enquanto perdurar os trabalhos da comissão. A Companhia Nacional de Abastecimento sofreu duros golpes nos últimos anos e seu desmonte foi denunciado como um dos responsáveis diretos pelo agravamento da insegurança alimentar no país que já atinge mais de 33 milhões de brasileiros.
Em 2019, o governo Bolsonaro fechou 27 armazéns da Conab responsáveis pela distribuição e controle dos alimentos e de seus preços, combate à fome, proteção a pequenos agricultores, atuação em casos de desastres ambientais, entre outras políticas. Nesses armazéns da Conab, eram estocados os alimentos produzidos pela agricultura familiar e comprados pelo governo. Quando os alimentos apresentavam alta de preços, o governo vendia os estoques por preços mais baixos, exercendo um controle.
“O que empregados da Conab como toda classe trabalhadora quer é o devido reconhecimento e ser tratada com dignidade”, pontuou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. “E é em busca de respeito e valorização que seguimos lutando pela manutenção de direitos inegociáveis e cobrando ACTs justos para todos e todas”, destacou.
Fonte: Fenadsef