Desemprego recua, informalidade diminui e número de trabalhadores com carteira assinada atinge recorde no Brasil

A taxa de desocupação no Brasil no trimestre de março a maio de 2025 caiu para 6,2%, segundo dados divulgados na última sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da PNAD Contínua Mensal.

O índice representa uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (dezembro de 2024 a fevereiro de 2025), quando a taxa era de 6,8%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi ainda mais expressiva: 1 ponto percentual a menos frente aos 7,1% registrados em 2024.

Ao todo, o número de desocupados no país foi estimado em 6,8 milhões de pessoas, o que representa 644 mil a menos em relação ao trimestre imediatamente anterior e uma redução de 955 mil pessoas frente ao mesmo período de 2024.

A retração no desemprego é acompanhada de dados positivos no mercado formal, com destaque para o recorde histórico de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu 39,8 milhões de pessoas. O número mostra estabilidade (alta de 0,5%) frente ao trimestre anterior e um crescimento significativo de 3,7% na comparação anual.

Outro dado relevante é a redução da informalidade, que atingiu 37,8% da população ocupada, o menor patamar recente. Em números absolutos, são 39,3 milhões de trabalhadores informais, número inferior aos 38,1% registrados no trimestre anterior e aos 38,6% do mesmo período de 2024. Segundo o IBGE, a redução decorre da estabilidade no número de empregados sem carteira (13,7 milhões) e do crescimento no número de trabalhadores por conta própria com CNPJ, que subiu 3,7% na comparação trimestral (mais 249 mil pessoas) e 8,4% no ano.

Para o presidente do Sindsep, João Carlos Lima Martins, os dados são um reflexo do esforço dos trabalhadores, mas também um alerta.

“É positivo ver os índices de desemprego e informalidade caindo. Isso mostra que os trabalhadores estão buscando se formalizar, empreender, garantir direitos. No entanto, é preciso que o Estado continue investindo em políticas públicas de geração de empregos de qualidade. A luta sindical permanece para que esse crescimento chegue a todos os setores”, afirma Martins.

Apesar dos avanços, o dirigente lembra que ainda há desafios importantes, como a valorização dos salários, a proteção dos direitos trabalhistas e a recuperação das perdas acumuladas em anos de crise.