Empregados da Conab aprovam ACTs que asseguram 18,42% de reposição para categoria

Empregados da Conab aprovam ACTs que asseguram 18,42% de reposição para categoria

Assembleias foram realizadas em todo o Brasil (Foto: Sindsep-DF)

Fenadsef, Fisenge e Asnab

Com assistência da Asnab, os sindicados gerais de todas as 27 unidades da federação filiados à Fenadsef realizaram as assembleias estaduais entre os dias seis e dez de março de 2023, mesmo período da Fisenge (engenheiros).

O resultado de 1539 votos a favor (98%) expressa um alto grau de unidade na compreensão de que esses ACTs são uma conquista a ser comemorada e um ponto de apoio para as lutas futuras:

Lembramos que o acordo somente foi possível após incansáveis e incessantes negociações buscadas pelos representantes dos empregados, que ao longo do tempo conseguiram sair de uma reposição igual a zero para 18,42%, com a manutenção da grande maioria das cláusulas, inclusive a permanência do SAS até que as partes encontrem solução para a questão.

Aliás, os estudos sobre a assistência à saúde serão a primeira e imediata tarefa assim que assinados os ACTs. Concomitantemente, virá a preparação para a negociação do ACT 2023-2024, já numa nova situação política aberta pela eleição de um novo governo e posse de nova diretoria na Conab.

Nossas entidades, contrárias por princípio ao imposto sindical, vivem exclusivamente da contribuição voluntária dos associados e da taxa negocial por ocasião do fechamento dos ACTs. Esse valor será descontado da folha de cada um de nós, conforme estabelecido nos ACTs, havendo direito de oposição que conclamamos todos e todas a não exercerem, aceitando essa contribuição como uma necessidade para garantir a cobertura das despesas realizadas durante as negociações desses ACTs além das necessárias à existência e fortalecimento de nossas entidades.

Fonte: Condsef

Ebserh adia novamente o início das negociações do ACT 2023/2024

A Ebserh adiou a reunião que aconteceria hoje, 14, e que daria início ao processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2023/2024) da empresa.

Lembrando que a data base dos mais de 40 mil trabalhadores da Ebserh é 1º de março.

No meio de todo o processo de negociação da Ebserh, existem alguns entraves que precisam ser sanados.

Um desses pontos diz respeito a um questionamento apresentado pela CNTS, uma das entidades que compõe a mesa de negociações do ACT da Ebserh. A entidade cobra um formato que garanta “isonomia de representação” na mesa de negociação da ACT.

Acontece que esse pedido, na prática, reduz a participação dos trabalhadores na mesa, já que a entidade que representa a maioria absoluta dos empregados é a Condsef/Fenadsef. Dos 23 estados e o DF onde está a Ebserh, a Condsef/Fenadsef tem representação em 21.

Para a Condsef/Fenadsef essa situação é um desserviço com os mais de 40 mil trabalhadores e trabalhadoras da Ebserh. “Não concordamos em retirar os trabalhadores da mesa e nossa participação é uma conquista”, pontuou o secretário-geral, Sérgio Ronaldo da Silva. O secretário-geral da Condsef/Fenadsef reforça que a entidade não é contra a participação de outras entidades e nunca quis ocupar o espaço de ninguém. “Se querem igualdade de representação tenham o tamanho que a Condsef tem”, comenta.

Ainda ontem, o Sindsep/MA recebeu a notícia do falecimento de Ademar dos Reis, pai de Arthur Chioro, atual presidente da EBSERH. A entidade externa os seus mais profundos e sinceros sentimentos à família.

Passado esse momento triste do luto, o Sindsep/MA espera que a Ebserh possa marcar um novo momento para que se inicie o processo de negociação do ACT 2023/2024.

Com informações da Condsef.

Sindsep/MA realiza atividade em alusão ao Dia Internacional da Mulher

O SINDSEP/MA realizou na tarde de hoje, 08, uma atividade em alusão ao Dia das Mulheres. O evento teve como ponto principal a palestra “A Importância da mulher na sociedade e suas experiências no movimento sindical’, com a vice-presidenta da CUT Nacional, Juvândia Moreira e a ex-presidenta do SINDSEP/MA, Marly Pinheiro.

A proposta de atividade do sindicato teve como público alvo as servidoras federais e pensionistas filiada á entidade, que ao longo de todo o dia visitaram o Sindsep/MA e puderam receber todo o carinho e reconhecimento pela data tão significativa.

O momento comemorativo e reflexivo aconteceu no auditório do sindicato, e após a palestra foi servido um coquetel com a distribuição de brindes para as presentes.

Sindsep/MA participa ativamente da 24ª Plenária Nacional do FNDC

O Sindsep/MA através da diretora de Comunicação, Joanilde Pires, participou no início de março, da 24ª Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que foi realizada em São Paulo, e teve a participação de 56 delegados de entidades nacionais e de comitês estaduais do Fórum, além de 34 observadores, em formato híbrido.

No último dia de atividades o FNDC elegeu sua nova gestão. Os eleitos para a Coordenação Executiva, o Conselho Deliberativo e o Conselho Fiscal da entidade terão mandato de dois anos. A coordenação-geral será exercida por Admirson Ferro Jr. (Greg), da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Já a secretaria-geral será comandada por Maria José Braga, representando a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Também compõem a Coordenação Executiva eleita a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) e o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Participaram, entre delegados/as e observadores/as, representantes de 18 unidades da Federação: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

O Sindsep/MA mais uma vez demonstrou o seu engajamento com relação às discussões que envolvem a necessidade de democratização da comunicação.

“A luta para a implantação de um núcleo do FNDC no Maranhão é longa, e agora estamos juntando entidades suficientes para realização desse sonho. Temos muito a contribuir com uma comunicação mais inclusiva e democrática. O Sindsep/MA permanece cumprindo com o seu papel social, e novamente traz para suas discussões um tema tão importante para o Brasil”, comentou Joanilde Pires.

Com informações do FNDC

Sindsep/MA participa de Conferência Municipal de Saúde de Paço do Lumiar

O Sindsep/MA participou da reunião do Conselho Municipal de Saúde de Paço do Lumiar na última quinta-feira, na pauta; a prestação de contas do exercício 2022, discussão e deliberação sobre o planejamento do Conselho para o ano de 2023 e marcação da data da Conferência Municipal de Saúde.

Os representantes – titular e suplente – do Sindsep, Vicência Moraes e Manoel Lages participaram das discussões, ajudando a construir o calendário para as atividades em pauta. As contas foram aprovadas por unanimidade e sem ressalvas. Ficou consensuado ainda que o Planejamento será realizado no próximo dia 9 de março e a Conferência Municipal de Saúde, no dia 24.

O presidente da CUT e suplente do Conselho Municipal, Manoel Lages, destacou que é imprescindível a articulação que o controle social exerce para elaboração e cumprimento das políticas públicas e os benefícios que geram para a população. Na oportunidade, Manoel ressaltou a importância da realização da Conferencia Municipal para o credenciamento à Conferencia Estadual de Saúde. “De acordo com os critérios da Conferencia Nacional e da estadual, Paço do Lumiar precisa eleger delegados comprometidos com a saúde dos munícipes na busca por melhorias e avanços para o SUS”, disse Manoel Lages.

A representante titular do Sindsep, Vicência Moraes apontou a necessidade do movimento sindical estar inserido nesse debate por ser parte integrante do processo, pois traz no contexto dos seus filiados trabalhadores de saúde e também usuários do sistema SUS. “O Sindsep sempre participou dos espaços de discussão e controle das políticas públicas e no caso dessa área específica temos uma responsabilidade ainda maior pelo tamanho da nossa Base no setor de saúde” explicou Vicência Moraes.

Sindsep/MA realiza reunião com servidores da Funasa em São José de Ribamar

O Sindsep/MA representado pelo diretor José Ribamar Figueiredo (Secretaria de Assuntos Jurídicos e Institucionais, e de Formação da Condsef) e pelo delegado sindical de base, Erisvaldo Montes, reuniu-se, hoje, 28, com os servidores da Funasa em São José de Ribamar, para tratar sobre questões referentes à recomposição salarial, processos de anuênios, 3.17,  Plano Bresser, PEC 101 – Plano de Saúde dos servidores da extinta SUCAM, que manusearam o inseticida Dicloro-Difenil-Tricloroetano – DDT.

Na oportunidade foram distribuídos os calendários de 2023, e também foi discutida a necessidade da unidade da categoria nesta nova conjuntura, para que assim, os servidores possam ter mais conquistas.

Assembleia coloca em pauta Proposta do Plano de Carreira e Plano Especial de Cargos para servidores da Funai

O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Maranhão – Sindsep/MA realizou na última sexta-feira, 24, assembleia por local de trabalho na Coordenação de Frente de Proteção Etnoambiental Awa.

A reunião aconteceu de forma híbrida (presencial/virtual) e foi dirigida pelo presidente do Sindsep, João Carlos Lima Martins com o apoio do vice-presidente, Raimundo Pereira e da secretária geral, Conceição Reis. Estavam presentes também os diretores; Manoel Cecílio, Elizabeth Nascimento, Ana Maria Cascaes, Valteísa Ferro, Cleonice Rocha, o assessor jurídico do Sindsep, advogado Mário Macieira e o presidente da CUT/MA, Manoel Lages.

Estavam presentes servidores de São Luís e de várias regiões do Maranhão com o objetivo de discutir e deliberar sobre a proposta do Plano de Carreira Indigenista e o Plano Especial de Cargos para os servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas -Funai.

Atualmente a maioria dos servidores da Funai são regidos pela Lei Nº 11.357, de 19 de outubro de 2006 que trata da criação do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo – PGPE, conhecido como o “carreirão”. O PGPE, é uma Lei muito ampla e não contempla as especificidades do trabalho desenvolvido pelos servidores de carreira.

Essa proposta que está sendo discutida foi elaborada por um Grupo de Trabalho ainda em 2018 e tem como base instituir um Plano de Carreira Indigenista (PCI) que valorize e traga garantias para os servidores desempenharem suas funções com a qualidade necessária ao adequado exercício do trabalho indigenista.

“Durante o governo passado essa proposta foi devolvida duas vezes pelo Ministério da Justiça, onde a Funai era alocada. Agora, no novo governo, já foi aprovada no Ministério dos Povos Indígenas e precisa tramitar rapidamente nos outros ministérios; Secretaria de Gestão de Pessoas, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Casa Civil para que esteja pronto para ser enviado ao Congresso até o dia 31 de maio para ser anexado ao orçamento de 2024 e aprovado pelos parlamentares”, alertou Larissa Martins, servidora da Funai e delegada de Base do Sindsep/MA.

O presidente João Carlos destacou a luta dos servidores da Funai. “O governo, o parlamento e a sociedade precisam valorizar o trabalho desses bravos companheiros e companheiras que desempenham  importante função para a preservação do território e valorização da cultura indígena. Para tanto, é imprescindível a implantação do Plano de Carreira Indigenista”, disse João Carlos.

Durante a assembleia, Dr. Mario Macieira destacou a importância da criação do Plano de Carreira e tirou as dúvidas dos servidores sobre várias situações e suas implicações jurídicas, lembrando a todos que nem um ponto do PCI  poderá implicar em redução salarial.

Após inúmeros questionamentos e ponderações, a proposta foi colocada em votação, sendo aprovada por ampla maioria com a condição de que alguns pontos que não contemplem todos os setores sejam revistos.

O presidente do Sindsep/MA destacou a importância do Maranhão e dos servidores da Funai nesse contexto. “O Maranhão tem um grande território ocupado pelos povos indígenas e é necessário que a Funai seja reestruturada para garantir a preservação e integridade desse território e assim assegurar a sobrevivência dos povos originários com suas mais diversas etnias”, disse João Carlos.

Governo irá apresentar percentual de reajuste do servidor nesta quinta, 16

A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, já afirmou que a intenção do governo é conceder um reajuste próximo de 9% até abril deste ano. “A nossa expectativa é a de aumentar este percentual”, comentou Sérgio Ronaldo

Governo irá apresentar percentual de reajuste do servidor nesta quinta, 16

Divulgação/Fonasefe

Sindsep-PE

Nesta quinta-feira, 16, antes do Carnaval, como acordado com o governo Lula, será realizada a primeira reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente com servidores federais Na ocasião, o governo apresentará a sua proposta de reajuste para salários da categoria, a maioria congelados há cerca de sete anos. A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, já afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo que a intenção do governo federal é conceder um reajuste próximo de 9% aos servidores do Executivo, além de uma correção nos valores de auxílio-alimentação, até abril deste ano.

O encontro, entre os representantes dos servidores e o secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, e sua equipe, acontecerá às 10h, no Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

O percentual de 9% leva em consideração uma margem de R$ 16 bilhões — o que corresponde a uma atualização dos R$ 11,2 bilhões previstos pelo governo Bolsonaro e disponíveis no Orçamento para essa finalidade. Os R$ 11,2 bi não seriam suficientes nem para conceder um reajuste linear de 5%, como prometido e não cumprido por Bolsonaro.  Ou seja, o governo Lula está prevendo uma suplementação de R$ 4,8 bilhões para conseguir aumentar o percentual do reajuste.

Demanda dos servidores

A proposta do governo Lula é uma resposta ao ofício protocolado pelos servidores no primeiro dia do governo, em 02 de janeiro de 2023. O ofício reivindica um reajuste salarial de 26,94%, referente aos quatro anos de inflação e sem reajuste do governo Bolsonaro, além de aumento nos valores dos benefícios, que estão defasados há anos. Os servidores querem ainda que o governo revogue todas as instruções normativas, portarias e decretos que sejam antissindicais.

Depois da reunião da mesa de negociação, o Fonasefe e o Fonacate irão promover uma live, às 18h, para divulgar a resposta e dialogar diretamente com a base dos servidores.

“A nossa expectativa é a de aumentar este percentual de 9% e conquistarmos um aumento nos valores dos benefícios. Afinal, estamos sem reposição salarial desde o governo Dilma. O importante é que está havendo, por parte deste governo, o reconhecimento das nossas perdas e a disposição em sentar para negociar”, comentou o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, que estará na reunião da Mesa de Negociação.

Já como resultado da reinstalação da Mesa de Negociação, que aconteceu no último dia 7 de fevereiro, a ministra Esther Dweck interrompeu a proposta de Bolsonaro de levar a previdência de todos os servidores para o INSS e anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial para rediscutir a centralização.  A ministra assinou uma portaria cancelando o cronograma do decreto.

Ela também assinou decreto revogando a limitação da licença para o exercício do Mandato Classista, afastamento concedido ao servidor para o desempenho de mandato em entidade sindical. Esther lembrou ainda que o governo Lula já revogou, em janeiro, a nota técnica estabelecida no governo Bolsonaro que impedia servidores públicos federais de manifestarem opinião nas redes sociais sobre temas relacionados ao governo. Na prática, a norma derrubada tinha o objetivo de restringir a manifestação política dos servidores.

LIVE Campanha Salarial

1º resposta do Governo Federal 2023
Agenda: 16/02/2023 – às 18h
Transmissão ao vivo: Página do Fonasefe no Facebook (retransmitida pela página do Facebook da Condsef/Fenadsef)

Link da Live: https://us06web.zoom.us/j/88203032615?pwd=RHZpZ3VDMHcxbHFxTjJzWUd0YkpRdz09

Taxa de juros de 13,75% favorece apenas 1% dos mais ricos e trava a economia

Para economistas os 13,75% de taxa de juros fixada pelo Banco Central, chefiado por bolsonarista, é um entrave à proposta de crescimento da economia de Lula. Índice prejudica empresários e trabalhadores

Taxa de juros de 13,75% favorece apenas 1% dos mais ricos e trava a economia

Imagem: Edson Rimonatto/CUT

Portal CUT

Desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou no início deste mês de fevereiro, que a taxa básica de juros do país, a Selic, ficará em 13,75% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2017 no país e o maior do mundo, o presidente Lula (PT) tem criticado essa decisão dizendo que assim não é possível o país crescer.

O presidente Lula não está sozinho nas críticas ao presidente do BC Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL) e que teve o seu nome aprovado pelo Congresso Nacional, após o banco ter se tornado independente do governo federal.  As críticas vieram também da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e de diversos economistas como André Lara Resende, um dos “pais” do Plano Real, e de Luiz Gonzaga Belluzzo, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Leda Paulani, entre outros. Para eles, a taxa de juros trava o crescimento do país. Veja abaixo o que eles disseram sobre a Selic.

Outro crítico da decisão do Copom é o economista e professor da PUC de São Paulo, Ladislau Dowbor. Para ele, o presidente Lula tem toda razão em entender que a taxa de juros impede o crescimento do país e a geração de empregos.

A taxa de juros do Banco Central nada mais é do que apropriação indébita porque tira entre R$ 600 a R$ 700 bilhões ao ano de dinheiro público
– Ladislau Dowbor

“É dinheiro dos impostos do povo brasileiro utilizado para pagar títulos da dívida pública, impedindo que o governo federal invista em políticas públicas como aberturas de estradas, construção de escolas e moradias populares, entre outras. Você drena a capacidade do Estado de fazer políticas sociais e de infraestrutura”, acrescenta o economista.

Segundo Dowbor, a taxa Selic ficar neste patamar só interessa a um por cento da elite econômica do país que compra títulos do governo para investimentos (a arrecadação dos governos depende de impostos recolhidos e parte de títulos vendidos no mercado), e a cerca de 10% da classe média que têm aplicações financeiras, pois com a alta dos juros vale mais a pena deixar o dinheiro aplicado em algum título do governo do que abrir uma empresa e gerar empregos. São os chamados rentistas que vivem dos juros de suas aplicações.

Pelas contas do economista, o custo dos juros do BC ao governo federal daria para pagar dez vezes mais a 50 milhões de pessoas que dependem do Bolsa Família de R$ 600 e mais R$ 150 por cada criança de até seis anos de idade.

“O Bolsa Família custa ao ano cerca de R$ 65 bilhões, dez vezes menos do que o pagamento de juros. O comprometimento do PIB [Produto Interno Bruto] com o pagamento de juros é 6,5% enquanto o Bolsa Família compromete apenas 1,5%”, compara Dowbor.

Outro ponto abordado pelo economista é que não há justificativa técnica para se manter os juros em 13,75% pois não há excesso de demanda para que o consumo cause inflação. A inflação prevista pelo BC para 2023 é de 3,5% com variação de 1,5% para cima ou para baixo.

“A economia do Brasil parou de crescer em 2014 e o que fizeram no final de 2016 [ano do golpe contra Dilma] foi puxar a taxa de juros pra cima. A dívida pública cresceu 82% nos governos de Michel Temer (MDB) e Bolsonaro. Por isso é desnecessário manter esse patamar para combater a inflação, já que esses governos não investiram para que a economia crescesse.

Dowbor chama a atenção para os dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que mostram que de janeiro de 2021 a janeiro de 2023, o Banco Central subiu os juros da Selic em 587,50%. Saiu de 2% para 13,75% ao ano. Neste mesmo período a taxa de juros média para pessoa física subiu de 92,59% para 123,96% ao ano. Confira aqui a tabela.

Os interesses do mercado financeiro

O professor da PUC explica que aliado à alta da Selic nos dois últimos governos, os juros cobrados pelos bancos privados que chegam a 410% no cartão de crédito ao ano, estrangularam a capacidade de compras das famílias (79% estão inadimplentes e 30% em bancarrota); e os investimentos de empresas. Isso é mais um componente que não justifica os juros de 13,75% praticados pelo BC.

“O empresário não tem crédito para investir e mesmo que tivesse ele evita, pois não tem quem compre o seu produto tal o grau de endividamento das famílias, impedindo a geração de empregos”, pondera.

Dowbor conta que em 2003 no primeiro mandato do governo Lula, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de José Serra (PSDB-SP), foi aprovada e eliminou o artigo 192 da Constituição que permitia ao governo federal interferir nos juros praticados pelos bancos privados.

“Muitos congressistas têm dinheiro aplicado e para eles interessa a alta da Selic, o que inviabiliza o governo Lula de poder interferir nos juros cobrados pelos bancos privados”, diz.

Ele ressalta ainda que nos anos de 2012 e 2013, Dilma diminuiu os juros cobrados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco do Brasil (BB), o que fez parte da população migrar dos privados como Bradesco, Santander, Itaú e outros para os bancos públicos, atraindo a ira da elite econômica.

“Esse é o momento que começaram a articular o golpe que culminou em 2016. Hoje apenas cinco bancos detêm 85% do crédito do país. É um cartel que prática agiotagem”, diz.

Taxa ideal de juros

Segundo Ladislau Dowbor, a taxa de juros ideal seria a de 1% a 1,5% ao ano mais a inflação, média do que é cobrado pelos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O economista cita como exemplos os juros cobrados para pessoa jurídica (empresas) em países europeus que ficam em torno de 2,5% a 4% ao ano. Na China os juros para pessoa física são de 4,6% ao ano com uma inflação de 2%. Já no Canadá o juro do cartão de crédito rotativo chega no máximo a 11% ao ano.

“ O Santander cobra na Espanha zero por cento de juros para quem pede empréstimos de até 5 mil euros a serem pagos em seis meses. Aqui no Brasil chega a 100% no mesmo período”, conta o economista.

As críticas de Dilma e economistas ao Banco Central

A ex-presidenta Dilma Rousseff disse que a atual taxa de juros, de 13,75% ao ano, o que significa uma taxa real de 8% acima da inflação, condena o Brasil a “uma depressão, um momento de perda de renda, de emprego”.

“Quando o presidente Lula questiona as taxas de juros, ele está defendendo o futuro do seu governo. Então, portanto, nós temos de entender e defender o governo”, disse Dilma.

O economista André Lara Resende, um dos pais do Plano Real também criticou a taxa de juros básica. Segundo ele, o índice de 13,75% está profundamente errado.

“Faz sentido nesse contexto você ter uma taxa de juros que há dois anos nesse nível? Claramente não. Os objetivos do Banco Central, determinados na lei que deu autonomia ao Banco Central são o controle da inflação, a estabilidade do sistema financeira e a garantia do pleno emprego. Obviamente essa taxa de juros de 13,75%, é incompatível com esses objetivos. Ela está errada”, disse.

Os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Monica de Bolle, Luciano Coutinho, Nelson Marconi, Leda Paulani, Antonio Corrêa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. e Lena Lavinas são alguns dos nomes que participam de um movimento no qual defendem, por meio de um manifesto divulgado no último sábado (11), a “razoabilidade” da taxa básica de juros, a Selic. Publicado como abaixo-assinado na plataforma Change.org, o texto tinha mais de 2.800 assinaturas até o início da tarde desta segunda-feira (13).

No texto, os economistas dizem que “a eleição de outubro renovou as esperanças de que o Brasil possa reencontrar os caminhos para a estabilidade política e um lugar respeitável no mundo. O Brasil precisa de paz e de perspectivas. O mundo precisa da estabilidade do Brasil”. Os signatários afirmam que “a superação dos desafios brasileiros só pode ser alcançada com uma nova política econômica, promotora de crescimento e prosperidade compartilhada”.

Diferenças salariais no Executivo devem compor debate de reestruturação do serviço público

De acordo com levantamentos do Atlas do Estado Brasileiro, feito pelo Ipea, mais da metade (51,69%) dos servidores do Executivo Federal recebe salários de até R$7,5 mil

Diferenças salariais no Executivo devem compor debate de reestruturação do serviço público

Reprodução/DR

Condsef/Fenadsef

A recém reinstalada mesa de negociação permanente do governo com servidores do Executivo Federal terá uma série de desafios pela frente. Um dos principais será o debate sobre as diferenças salariais entre as carreiras que alcançam, segundo dados do próprio Painel Estatístico de Pessoal, uma amplitude, que é a diferença do menor e maior vencimentos da tabela de remuneração dos servidores, superior a 2110%. O menor salário do Executivo Federal é de R$ 1.326,72 e está, por exemplo, em carreiras da educação. Já o maior salário é de R$ 30.936,91.

Essas diferenças salariais precisam fazer parte do debate de reestruturação dos serviços públicos brasileiros. Para a Condsef/Fenadsef, a qualidade dos serviços públicos passa obrigatoriamente pela valorização e qualificação de carreiras que garantem políticas públicas fundamentais à população.

De acordo com levantamentos do Atlas do Estado Brasileiro, feito pelo Ipea, mais da metade (51,69%) dos servidores do Executivo Federal recebe salários de até R$7,5 mil. “Esses dados também ajudam a mostrar que não há, como muitos são levados à crer, privilégios concentrados entre a maioria absoluta dos servidores”, aponta Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação que representa cerca de 80% dos servidores do Executivo.

Um outro dado que chama atenção revela que a média salarial considerando o Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal gira em torno de R$3,9 mil. “Servidores do Executivo são fundamentais para garantir que as políticas públicas que são direitos assegurados em nossa Constituição sejam, de fato, aplicadas e cheguem à população”, acrescentou Sérgio.

Nos últimos anos, o desmonte dos serviços públicos foi uma marca que teve na famigerada PEC 32/20, da reforma Administrativa de Bolsonaro-Guedes, seu maior projeto. Em matéria recente publicada pelo Portal CUT, o secretário-geral da Condsef/Fenadsef apontou alguns dos efeitos nefastos dessa política ultraneoliberal. “Em 2019, a força de trabalho do Executivo era 665 mil. Ao final do governo Bolsonaro, eram 501 mil, ou seja, 160 mil a menos. Isso gera impacto não só no serviço prestado, mas também no trabalho de quem fica, que acaba sobrecarregado e adoece”, disse.

Tragédias como a que atinge o Território Yanomami, em Roraima, são outro reflexo desse projeto de destruição dos serviços públicos que atinge, especialmente os mais pobres, mas não apenas. O enfraquecimento de setores essenciais como saúde, educação, previdência, como exemplo das filas imensas para os que precisam de benefícios do INSS, deve ser enfrentado com urgência pelo atual governo.

A cerimônia de reinstalação da mesa de negociação com servidores federais sinalizou posicionamentos importantes do governo Lula e seu compromisso com a categoria e os serviços públicos. Por sua vez, ações concretas e urgentes seguirão sendo cobradas. O fortalecimento das entidades sindicais que representam os servidores foi apontado como fundamental e um dos pilares do fortalecimento da própria democracia brasileira.

Nessa quinta-feira, 16, às 10 horas, haverá reunião no Ministério de Gestão e Inovação dos Serviços Públicos com os representantes do funcionalismo. A expectativa é de que o governo apresente qual a proposta de reajuste que tem para os servidores e dê detalhes de como deverão ser aplicados valores previstos no orçamento da União. O objetivo é que a partir daí se possa travar um debate e diálogo que possibilidade o atendimento imediato dessa que é considerada a demanda mais urgente da categoria, no momento. “Sabemos que esse será só o começo de um longo caminho que teremos para recuperar os serviços públicos brasileiros”, reforçou Sérgio Ronaldo.