Depois de 88 anos Bolsonaro acaba com Ministério do Trabalho

Em mais uma reviravolta, o futuro ministro da casa civil do governo Bolsonaro Onyx Lorenzoni voltou a anunciar a extinção do Ministério do Trabalho.

Segundo o futuro ministro em entrevista coletiva, a pasta será extinta e as áreas serão fatiadas e as funções espalhadas em três órgãos do governo que será instalado em janeiro.

Com essa medida o futuro governo sinaliza de forma clara como será o tratamento dos trabalhadores a partir de sua posse.

“Nós estamos vendo com muita preocupação essas primeiras medidas do presidente Bolsonaro, mostrando de forma contundente que entre suas prioridades está o desmonte dos serviços públicos e a retirada dos direitos trabalhistas”, disse Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA

O movimento sindical já vinha alertando para as consequências de um governo alinhado com essas forças retrogradas que querem o aumento dos lucros a qualquer preço, incluindo a retirada de direitos trabalhistas e sociais ou até mesmo a destruição do meio ambiente.

O ex-ministro do trabalho Luiz Marinho também se manifestou sobre a extinção da Pasta e considerou uma agressão à história do mundo do trabalho. Segundo Marinho, essa decisão mostra irresponsabilidade e desrespeito aos trabalhadores. “É uma forte sinalização de que a precarização está liberada, liberou geral”, disse ele.

Essa decisão pode trazer consequências também no que diz respeito à possíveis sanções internacionais por conta da falta de fiscalização, principalmente nas ações de combate ao trabalho escravo no setor rural em que o Brasil obteve um grande avanço no esforço conjunto para implementar boas práticas, até para evitar constrangimentos e empecilhos comerciais no exterior por existência de trabalho escravo em empresas do setor.

É bom destacar também a importância do ministério da Trabalho no contraponto às políticas da área econômica dos governos que normalmente tentam flexibilizar os direitos trabalhistas. Agora, estando tudo nas mãos do setor econômico com Paulo Guedes, a tendência é de um cenário ainda pior.

“Nós precisamos ficar unidos e mobilizados para fazer oposição a essa e outras medidas que estão a ferir de morte os trabalhadores brasileiros. Não podemos permitir que esse governo acabe de vez com o que levamos décadas para construir”, afirmou Raimundo Pereira.