CUT e mais de 130 organizações dizem não à extinção da EBC

A CUT mais 139 organizações que fazem parte da Frente em Defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), assinaram manifesto em defesa da comunicação pública e da manutenção da EBC, que está sendo alvo de duros ataques e corre sério risco de ser extinta no próximo governo.

O documento, que está aberto por tempo indeterminado para novas adesões, também será entregue aos parlamentares no Congresso Nacional. O objetivo é levar informação para sociedade e desmistificar notícias falsas sobre a EBC.

Antes e depois de ser eleito presidente, Jair Bolsonaro (PSL) deu declarações à imprensa afirmando que pretende extinguir a TV Brasil, se referindo a EBC, alegando que a empresa não tem audiência.

Para o secretário Nacional de Comunicação da CUT, Roni  Barbosa, além de confundir a TV Brasil com a EBC, o presidente eleito não tem conhecimento do alcance da empresa ao afirmar que o sistema seria irrelevante.

“Hoje, a empresa, que reúne oito veículos públicos de radiodifusão e comunicação digital, alcança 70 milhões de brasileiros com notícias de interesse da população. Só isso já justificaria a existência da EBC”, afirmou Roni, que complementou: “A TV Brasil foi a sétima emissora aberta mais assistida do Brasil”.

Segundo o instituto Kantar Ibope, a TV Brasil é a única TV aberta com programação infantil – em outubro foram veiculadas 35 horas semanais.  A Agência Brasil, que distribui conteúdo gratuito para milhares de veículos em todo o país, de portais consagrados a jornais locais, teve 16 milhões de acessos no 1º semestre. Isso sem contar a importância da Radioagência Nacional, que abastece mais de 4,5 mil estações em todas as regiões do país com mais de mil conteúdos mensais.

É unânime entre as organizações que assinaram o manifesto que a EBC precisa de mais investimentos e atenção porque a comunicação pública é fundamental para a sociedade no Brasil e no mundo. Além disso, a EBC não é um projeto de algum partido ou político, a existência da empresa é um compromisso com a Constituição Federal.

“A história da EBC é antiga, com sua contribuição à sociedade há mais de 40 anos. A forma jurídica da EBC, essa sim de 2008, cumpriu o que mandava a Constituição afirmando o sistema público e ajustou as antigas estruturas aos modelos consagrados internacionalmente, como a britânica BBC, a francesa France Televisóns, a italiana Rai e as alemãs ZDF e ARD”, diz trecho da carta-manifesto.

Fonte: CUT

Depois de 88 anos Bolsonaro acaba com Ministério do Trabalho

Em mais uma reviravolta, o futuro ministro da casa civil do governo Bolsonaro Onyx Lorenzoni voltou a anunciar a extinção do Ministério do Trabalho.

Segundo o futuro ministro em entrevista coletiva, a pasta será extinta e as áreas serão fatiadas e as funções espalhadas em três órgãos do governo que será instalado em janeiro.

Com essa medida o futuro governo sinaliza de forma clara como será o tratamento dos trabalhadores a partir de sua posse.

“Nós estamos vendo com muita preocupação essas primeiras medidas do presidente Bolsonaro, mostrando de forma contundente que entre suas prioridades está o desmonte dos serviços públicos e a retirada dos direitos trabalhistas”, disse Raimundo Pereira, presidente do Sindsep/MA

O movimento sindical já vinha alertando para as consequências de um governo alinhado com essas forças retrogradas que querem o aumento dos lucros a qualquer preço, incluindo a retirada de direitos trabalhistas e sociais ou até mesmo a destruição do meio ambiente.

O ex-ministro do trabalho Luiz Marinho também se manifestou sobre a extinção da Pasta e considerou uma agressão à história do mundo do trabalho. Segundo Marinho, essa decisão mostra irresponsabilidade e desrespeito aos trabalhadores. “É uma forte sinalização de que a precarização está liberada, liberou geral”, disse ele.

Essa decisão pode trazer consequências também no que diz respeito à possíveis sanções internacionais por conta da falta de fiscalização, principalmente nas ações de combate ao trabalho escravo no setor rural em que o Brasil obteve um grande avanço no esforço conjunto para implementar boas práticas, até para evitar constrangimentos e empecilhos comerciais no exterior por existência de trabalho escravo em empresas do setor.

É bom destacar também a importância do ministério da Trabalho no contraponto às políticas da área econômica dos governos que normalmente tentam flexibilizar os direitos trabalhistas. Agora, estando tudo nas mãos do setor econômico com Paulo Guedes, a tendência é de um cenário ainda pior.

“Nós precisamos ficar unidos e mobilizados para fazer oposição a essa e outras medidas que estão a ferir de morte os trabalhadores brasileiros. Não podemos permitir que esse governo acabe de vez com o que levamos décadas para construir”, afirmou Raimundo Pereira.